sexta-feira, 30 de março de 2012

Olhos De Um Azul Celeste


Esses olhos de sono.

Olhos vermelhos de sono.
São também olhos de carinho e carência.
Olhos castanhos e doces
Como amêndoas, amendoam a face.
Cintilam méritos passados.

São olhos de amor
De uma mulher tão doce quanto seus olhos.
Cuja bondade transborda
E a ti, pouco resta além de uma gota
A que inda preserva
A quem precise beber.

São olhos de mãe.
Miopes olhos,
Miram.
Olhos de um céu bonito.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Filme de Tim Burton

Faz muito tempo
Alguns séculos atrás.
Um cheiro suave nos meus dias.
Um pressentimento, um motivo a mais.
Quando as coisas são bonitas
Por algum motivo
Nos faz bem.

Tenho carregado um gosto amargo
Não por virtude dos inúmeros cigarros.
Um dia, cai do pé.
E no chão, apodrece-se.

Fruta madura demais
Vermes e fungos se alimentam
Da dor e mal cheiro dos dias mais comuns
E tristes
Como um filme de Tim Burton.


quarta-feira, 14 de março de 2012

O velório


O silencio cala.

Fala por si só, mudo.
Plano e estéril, claro,
E os dias insanos todos reticentes.
No entanto,
Muito mais cruel,
A inoperância.

O silêncio, 
Antecedido ou precedido à inoperância
Vela mortos,
em meio a luzes, lágrimas,
E um cheiro de flor imprestável.

E a cada segundo
Maior a distância
De quem vela,
Maior a distância de quem é velado.

terça-feira, 13 de março de 2012

O amor

São pessoas infindas,
Extintas.
Racionalmente cruéis.
Se cruzam e se enxergam
compondo, recompondo, decompondo.

E o amor pode surgir de uma frágil metáfora..

domingo, 4 de março de 2012







Por que muitas portas levam ao nada...