sexta-feira, 23 de abril de 2010

P.S.


Suave e sublime,
Simplesmente existe.
Como sobreviver,
Resistir...

De um poder fenomenal
Pinta os quadros da parede branca,
Envolve a atmosfera de sons confortáveis
ilustrando os versos que escrevo
Rimando sentimentos que conheço ou não.

Somando forças,
Me faz sentir útil,
Me invade cumplicemente,
E me toma cruel
A insaciável solidão.

E mais,
Docemente me faz feliz
Inundando de sorrisos
Dias mais que comuns.

Se instala no peito
Recordando-me de incontáveis momentos
dos muitos que preferia esquecer...
Mas assim faz.

Rude, sutil, sensível, sensorial...
Ainda não é isso...

Acho que nem escrevendo, nem pintando,
nem vivendo, nem cantando
conseguiria externar o valor da música na minha vida.
É além de mim,
Prefiro ouvir...

domingo, 11 de abril de 2010

7 meses


Ainda parece que foi ontem
Naquela sala branca
Um frio na mão
E umas borboletas na boca do estômago.

Ninguém poderia acreditar que era só o começo
Mas, já era.

Me sinto imensamente feliz
Por ainda sentir-te tão facilmente
e sublimemente.
Impossível de descrever
Em meio à riqueza de todas as palavras de nossa língua...

Tão bonito nós dois,
Tão bom o nosso cheiro
E ainda tão irresistível o gosto de nossas bocas unidas
Nesse sabor que só nós dois conhecemos...

Desculpe-me a vaziez de palavras.
Construímos juntos
o que eu só consigo hoje sentir.

sábado, 10 de abril de 2010

Carta ao poeta


Por onde andas?
Procuro tanto por tuas palavras...
Cada vez que por ti anseio,
Um tédio, um despertador,
Um medo me agrava.
Conte-me mais de ti...

Certa feita,
Li em teus poemas
Um amor lascivo e egoísta.
Senti inveja...

Por onde anda sua delicadeza?
Sinto sua falta.
Idealizo tua presença
Nos livros que leio.
E a cada verso
Procuro uma palavra
Pra chamar de 'minha'.

Me escreva uma carta,
Com seu endereço
E se puder, escreva uma estrofe
Daquele amor que eu não esqueço.

Espero que o tempo,
Caro poeta,
Me faça entender tua distância
Ou me conte algum segredo
Que em teus textos
Jamais consegui decifrar.

Me perdoe a franqueza,
Mais já não sinto reciprocidade
Em nossos versos...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Flash Back


Uma estranheza,

Um anseio e uma satisfação,

Um gosto diferente...

E uma saudade

Das coisas que já não novidade,

Que mesmo soando velhas,

Permanecem com o mesmo encanto.

Um que de devaneio...

De som antológico,

Luzes multicoloridas,

Uma inveja, um remorso...


Uma saudade imensa das coisas que não vivi...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mariana a cobrar


Toda vez
que Mariana me liga
A COBRAR
me parece desaforo
e não atendo
não.

Mas, na agonia
da injustiça
ou do toque digitalizado
repetindo em meus miolos,
o calor do suor no corpo
ou por qualquer outro motivo,
nem espero retornar nem desligo;
ligo,
e gasto o que não devo em amenidades...

Mas tudo bem...
Quando Mariana atende
e rente ao telefone celular
me sorri
fraco fico
e quando menos espero,
me quita os créditos
com sua satisfação...

Longe


Quem mede as distâncias? Passei a minha infância questionando-me. Existem réguas tão compridas ou o povo vai emendando? Ninguém nunca soube me responder... Mas, quer queira quer não, a distancia existe, e é uma mulher bem chata (como eu dizia em minha pequenez).
Passei boa parte da minha vida transitando pelas redondezas. Escola-clube-amigos-família, tudo, há poucas quadras, me era ofertado.
Quando concluiu-se que, o melhor para mim seria longe do meu habitat, lá fui eu, de mala e cuia (literalmente) para as terras paraibanas. A partir daí conheci o significado das palavras DISTÂNCIA e SAUDADE. Mais ou menos, no mesmo período em que comecei a escrever bobagens...
Anos depois volto com bagagens e algumas cuias restantes de volta à Bahia. Pronto. Finalizei minha intolerância por malditas distancias e apego. Muito tenso, confesso, trocando saudade por saudade enquanto passavam-se quilômetros e milhas e todas essas medições que eu, por cansaço ou preguiça, nunca aprendi a calcular.
Sempre fui comparativo (talvez pela minha preguiça de aprender coisas em suas particularidades...). Percebi que, assim como, quanto mais se mede uma distância desconhecida, mais longe lhe parece e que quanto maior a distância do indispensável, maior é a saudade que se sente. Sim, me sinto tolo associando coisas como estas. Imbecil. Mas me conforta lembrar que existem espaços em mim de coisas que vivi em diversos lugares e com dezenas de pessoas. E a distância de um espaço desse para outro é tão curto que vale a pena ir a pé.

domingo, 4 de abril de 2010

Tic-Tac


Tempo...
Me atraso se penso no tempo.
Calado, ouço rádio e não tem jeito,
contar no relógio o tempo que resta
é tão pouco...
Maldito ponteiro!

Corre o tempo se tá dando gosto
e aquele gosto bom, da boca some
desespero lento, quanto tempo faz?

O amor custa caro
e tempo, dinheiro,
e se atraso o meu relógio
mais cedo chega o fim.

Para tempo, agora
ainda há tempo nessa hora
pra um novo começo,
esqueço o fim num instante...
Para quieto, dorme,
demora,
sempre existe tempo pra mais tempo
me esqueço a hora do relógio
e já é tarde
tenho trabalho e tenho hora...

Pra chegar a tempo,
pra pegar um sono,
pra voltar sem pressa...

Pobre louco condicionado,
me vê mais meia hora com gelo
e limão
acabou a pilha,
Ih!... O celular descarregou...
SORTE.





P.S.


Momentos felizes soam leves e rasteiros.
Brandos, com todas as suas cores e sabores.
Um adocicado cheiro morno embala o prazer de coisas tão simples.
E uma empatia tão agradável faz das memórias, um passado ainda mais encantador.

Somos todos pessoas. Pessoas que buscam bem estar e o mínimo de conformismo. Mas, de um modo geral, muito diferentes...

...E é bom sentir-se bem inerente diferenças e idades. É delicioso se orgulhar de partilhar cumplicidade. Tão delicioso quanto chocolate...

Um dia


Um dia você vai enxergar melhor, apesar das deficiências todas. E vai reconhecer que tempo é raro. De certo vai perder muita mediocridade e talvez se torne um pouco mais egoísta.
Um dia perceberá que as pessoas não são tão amáveis se você tiver nada além de experiência para dividir. Não todas, a maioria, mas você não se preocupará em culpá-las. São somente pessoas...
Um dia você vai se conformar mais. Vai perceber que passou praticamente em branco por diversos sublimes detalhes da vida e talvez não exista mais tempo para recomeçar. compreenderá que ser gentil não é ser careta, e que ser burro não é ser ignorante. E vai valorizar cada dia que acorda e saborear cada sobra que lhe resta. Observará benfazejo gestos simples e se emocionará com sutilezas.
Esse dia chega sem perceber-se. E pode ser amanhã, ou depois de amanhã ou até mesmo hoje. Plenitude se conquista diariamente e você é hoje a pintura de um esboço feito logo ontem. A escolha entre ser um ou só mais um é inteiramente sua. É como cultivar um jardim...

O animal


Existe um pedaço de menino,
um bandido,
dos piores, o vilão,
mas, pode ser seu aliado...
Não tem cheiro nem gosto,
animal selvagem correndo entre a relva
e denso, está de passagem,
urrando sentimentos egoístas e fúteis,
imorais,
lascivo personagem da história,
o passista...

Nem tão especial, nem tão bonito,
mais próximo do esquisito,
de seu jeito rude lhe estende a mão, se quiser,
e esteja onde estiver,
a longitude de sua complexidade
esqueceram de medir.
E medir pra que?

Simples racional mirim,
enlouquecido ator de sua história,
tímido crescente menino,
bípede capaz de te fazer sentir...


O jogo


Inocentes pingentes, solitários,
unidades voluntárias,
loucos amantes de alcova,
sonhadores idealizados,
vulneráveis transeuntes,
todos, dentre dinheiro, sucesso e saúde
almejam no outro,
a velha busca da companhia.

E ser só é de veras chato... Estou com eles e não abro!

Inicia-se o jogo; cada qual recolhe seus super poderes que serão mostrados na hora mais conveniente, segundo regras da competição. De início, apresentam-se em seus melhores trajes e suas respectivas intenções. Uma bondade e gentileza tão grande quanto os bens do paraíso. As afinidades, truques comuns entre participantes, auxiliam no bom desempenho no jogo. Inicialmente, pelo menos, gera empate.
No segundo Round fica é permitido atos de especulação. Jogadores investigam a procedência geral do adversário. é comum, nesse momento, descobrir-se pequenos deslizes, velhas mentirinhas de puras intenções e quedas de conduta. Há quem desista, há quem persista.
No terceiro Round os participantes se tornam livres para apoiar seus adversários; isso pode ser usado a seu favor, raciocine!
E assim surgem o quarto, o quinto e quantos Rounds mais possam ser suportados. Isso depende apenas do entrosamento e maleabilidade de ambos.
Um novo relacionamento, apesar da semelhança com diversos jogos de estratégia, é um jogo para gente grande. Em duelo, um sempre doa mais que outro; os inocentes se mostram desarmados e os experientes fazem uso de habilidades sutis e foscas. O ganhador pode ser o jogador que cancela a partida como pode ser o participante que observa o fim. Automaticamente o tempo revela o resultado. O campeão também pode ser o casl, mas, como nas competições, empates são difíceis...
Mas, não desista, caro leitor! A vida também é um jogo, já parou pra pensar?