segunda-feira, 16 de abril de 2012

De composição

Caem-lhe braços e pernas.
Estômago, vísceras, ásperas vírgulas,
Caem-lhe pulmões,
Derramam-se veias.
Caem-lhe sonhos antigos,
Desejos medíocres e vida.
Nos poemas e nos versos singulares
Do artista em decomposição.

A vida cai, se esvai, pela porta dos fundos, silenciosa...

sábado, 7 de abril de 2012

Sustenido


Eu sou dos que preferem barulho,
Ver gente mexendo quadris
Antecipando sorrisos...
Eu gosto de gentes.

Eu sou dos que imagina soluções
Embora tardio soluço
Solucione nada.

Eu sou de terra
Pé no chão, alguma prece.
Cultuo meus sonhos cantando cantigas
Que eu mesmo crio, depois me esqueço.
Por que esqueço.

Me esquecem razões, vontades, valores.
Me esquecem tempo,
Não me importo esquecer.
Eis que ser. Querer.
Eis que sou assim.
Um tanto vago, um quê ressentido,
Mas, vivo num mundo de guerra
E por isso, a todos,
Estou bem.