sábado, 17 de setembro de 2011

Sobre datas.


Crescemos aprendendo o valor de meras datas.
Agregando valores.
Neles se constroem desejos.
Desejos postumamente frustrados.
Frustração que dura mais que os minutos das poucas ligações.
Poucas ligações que fazem o menor sentido.
Menor sentido, contrário ao sentido induzido por todos.
Todos
Provam o valor de coisas e pessoas.
Pessoas meramente solicitas.
Solicitude alheia.
Alheio, procuro ficar.
Mas no fundo
Ainda se aguarda uma qualquer coisa
Um carinho que seja,
Ou qualquer nível de mentiras afáveis.
Uma vela, sopro, faço um pedido.
Pedir apenas sorte.
E não seria nenhum sacrifício...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

V de vazio

Quando acordo
E tamanho é o gosto de sangue,
Remédios e sonos calculam-me atônitos.
Em vômitos, refluxam ócio.

Tanto tempo vago
Tantos motivos para o nada
Se afogam rimas, terços, notas e sentidos.
Cotidianamente estável.

Como num labirinto,
Como labirintite.

Qualquer motivo de cansaço
Ou tristeza
Converte-se em nada.
Nessas muitas vidas vazias
De já muito tempo
Pra cá.