quarta-feira, 9 de maio de 2012

Colo de Mãe

Por mais estranho que pareçam os dias
E mais inesperadas as surpresas da vida
Insisto em confundir valores em minha cabeça.
E eu, péssimo de cálculo que sou
Confesso,
Devolvo errado o troco.
E assim, dia após dia
Ao deitar na cama, 
Procuro em minha carteira
Aqueles reais que a gente tanto fantasia.
Por que a vida é isso mesmo;
Desperdíco.
Por que um dia
A gente simplesmente olha pra trás
E percebe que foi se perdendo por diversos caminhos
E o que sobrou à velhice;
Meros fragmentos do que fomos ao nascer.
Viver é um risco, 
Um tiro à queima roupa,
Um beijo que não fora dado, ou fora.


Fora de nós existe uma imagem
E imagens podem distorcer,
Como fotos desbotam,
Se rasgam, se queimam
Ou se lançam ao mar
Ao colo de Yemanjá
A soluçar confusas sensações.

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