segunda-feira, 21 de março de 2011
Não espero nada
Não espero nada da vida.
Não espero nada da morte.
Não espero nada do tempo, nem da idade.
Não espero nada das pessoas, mais.
Não espero nada do acaso
Nem nada do amor.
Vinte e poucos anos vendo da janela os tropeços da vida,
Sempre em confronto com a morte.
Algum tempo conhecendo o tempo e seus descasos. Das pessoas?
Cedo ou tarde se frustram
E, logo, me frustram.
Talvez seja algo meu
Talvez não.
Enfim.
Não espero nada.
O que vier de bom, culparei à sorte.
E de ruim, ao azar.
domingo, 20 de março de 2011
O circo
Mais uma vez o palhaço se despede do seu público.
Das luzes, das farças todas.
Na frente do espelho, desfaz a maquiagem
E a cada golpe do pano úmido, mais triste a feição.
A vida real vem à tona
Trazendo todo o peso de ser o que é.
Um palhaço, um homem.
Apenas um homem.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Sangue, suor e cerveja
Meço com o que brinco, penso e faço
Sorrateiro enamorado
Álcool roda minha nuca cega
Pronto pra qualquer besteira
Vivo a permitir mudar
Ou moldar um sofrimento
Sentimentos não podem explicar.
Finjo rir, de medo mordo e calo
Loucamente emancipado
E a fumaça no meu peito rôco
Fato. Feito de modo abstrato
Vejo a morte linda e negra
Dançar mórbida e faceira
Paranóias de querer ficar
Nóias de mundo rodar.
E a cada passo inundo as praças de suor vermelho
De sangue azul, de cachaça tenra
E sem mais penso; o que há de vir virá
E o agora deita e cheira
Sangue, suor e cerveja.
Precipitado o sonho, posto lisonjeiro
Inalcançávelmente limpo
E o cansaço no meu ombro, o peso
O fardo, presta conta ao frágil instrumento
São gotas de vermelhas já tão negras
De perdão e culpa e norte
E leste em meus lábios férteis
Vertem-se as condolências...
quarta-feira, 9 de março de 2011
Monte
Depois de tanto giro
Fiquei tonto.
Por que o mundo moveu tão veloz nesse tempo
Que pra ser sincero, me deu até enjoo.
Enxergo bem melhor agora, no chão.
Hoje me impressiono bem menos com a pretensão alheia.
E com a capacidade de persoadir.
Aprendi a rir dessas piadas todas.
Só um saldo.
De muitos que virão.
E pra um animal que vive num país
Em que tudo só funciona depois do carnaval,
Posso afirmar que quebrei um clichê.
Fiquei tonto.
Por que o mundo moveu tão veloz nesse tempo
Que pra ser sincero, me deu até enjoo.
Enxergo bem melhor agora, no chão.
Hoje me impressiono bem menos com a pretensão alheia.
E com a capacidade de persoadir.
Aprendi a rir dessas piadas todas.
Só um saldo.
De muitos que virão.
E pra um animal que vive num país
Em que tudo só funciona depois do carnaval,
Posso afirmar que quebrei um clichê.
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