quinta-feira, 10 de março de 2011

Sangue, suor e cerveja

Meço com o que brinco, penso e faço
Sorrateiro enamorado
Álcool roda minha nuca cega
Pronto pra qualquer besteira
Vivo a permitir mudar
Ou moldar um sofrimento
Sentimentos não podem explicar.

Finjo rir, de medo mordo e calo
Loucamente emancipado
E a fumaça no meu peito rôco
Fato. Feito de modo abstrato
Vejo a morte linda e negra
Dançar mórbida e faceira
Paranóias de querer ficar
Nóias de mundo rodar.

E a cada passo inundo as praças de suor vermelho
De sangue azul, de cachaça tenra
E sem mais penso; o que há de vir virá
E o agora deita e cheira
Sangue, suor e cerveja.

Precipitado o sonho, posto lisonjeiro
Inalcançávelmente limpo
E o cansaço no meu ombro, o peso
O fardo, presta conta ao frágil instrumento
São gotas de vermelhas já tão negras
De perdão e culpa e norte
E leste em meus lábios férteis
Vertem-se as condolências...


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