domingo, 17 de abril de 2011
Eles
Ele diz que eu falo demais.
Ela pensa fazer o meu bem.
Ele acredita na minha cegueira.
Ela grita verdades que me surdam.
Ele enxerga mais o que faço que a si mesmo.
Ela me molda com fôrmas de outrem.
Ele abusa do que restou da minha inocência.
Ela enfatiza ser a única que está por mim.
Ele condena o que lhe parece oposto
Mas, quando perde a voz,
É incapaz de concordar.
E se concorda, pouca importância lhe aparenta,
'Paciência, ninguém sabe o tempo que o tempo pode precisar'.
E eu que nunca gostei de esperar na fila,
Pego a senha, pago o pato,
Engulo o choro e nada deixo aparecer.
Cotidianamente canso e reflito,
Seu exemplo de perfeição não se encaixa muito bem.
Ela perdeu um tempo em vão acreditando
Na doçura das pessoas, na sorte que lhe aparecera.
Depois do baque, reflete em todo mundo
Ares do olho do defeito
Que por muito lhe convém enfatizar.
E por escolher não saber do outro verso,
Desconhece descompletamente os fatos
Do que enfim se sucedeu.
Ele acredita conhecer o que há por dentro
Mas perdeu todo esse tempo
Analizando o que minha grande casca diz.
E como sempre foi pra ele muito útil
Criticava e achava fútil se afastando do odor que a merda fez.
Mas eu sabia que a sua casa caia
Só não imaginaria que seria assim
Por todas direções.
E eu que sempre me doei demais, prefiro
Hoje sentar do meu lado
e resolver com quem briga por mim.
[Sou eu.]
Ela vocifera e se aflinge
E é incrível como atinge, sem mirar
O meu coração doentil.
Mas sempre soube que por baixo da menina-
Mulher
Se encondia uma felina
Pronta pra me defender.
Eu me admiro com a conveniência, a prepotência
O orgulho, a proteção,
A renúncia e o amor.
Mas me conheço bem melhor que todo mundo.
Então permita-me um segundo
Comentar da minhar dor...
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