Na esquina ao lado vejo um homem. Partindo, vagaroso,
Corcundo e doente
Fraseando maldizeres.
Passos lentos, arrasta-se em praga e éter.
Uma velha imagem de fracasso e dissabor.
Suas costas, cheias de promessas
Parte mal cumpridas
Parte adiadas
Parte esquecidas.
E parte,
Como quem tem pouco a perder...
Na esquina esquerda vejo um jovem luminoso.
E anseio-o como em tempos de eleição...
E toda vez que o sol nasce
A luz desse homem mais corrompe.
Por fim, luzirá intenso
Até os derradeiros segundos do idoso fim,
Se traduzirá em gesto, corpos, luzes, brindes
E tempo.
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