Brincando com a correnteza,
lavando a alma em sal e sol, vivia Joana.
Mulata faceira, pobre puta,
Nobre pagã.
Pobre filha da sorte
Pobre filha do abandono de Ewá.
Desde moça abriu mão de si
Por um prato, um trato
Um agrado barato,
Um gesto perdido.
Guardava em seu decote
O desejo de mudar.
Mas vida é bicho arredio
Que rosna contra,
E ataca por trás.
Joana, velha imunda,
De olhos tristes semi cegos e corpo robusto,
Mareja feições perdidas nas ondas do mar.
Como quem deseja abrir mão de vez de si.
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