Eu já ri bastante nessa vida.
E de repente, mais parecia um rio.
Que talvez tivesse passado
Mais bonito que pude imaginar,
E meu coração se deixou levar
(salvo os versos do poeta).
Sorri. Do verbo 'Sou rio'.
Por que existem dias assim
Que a gente tá bem
Leve, com o rabo virado pra lua,
E chega um sorriso daquele tamanho,
Um abraço, um dedo de prosa
Um convite,
E aí você percebe
Que as coisas são ainda mais belas do que as pessoas percebem.
Por que é assim mesmo
As pessoas são más,
Respectivamente cheias de más intenções
E interpretações.
Caguei pra elas!
Tenho um amigo!
Há anos atrás imaginei
Jamais escrever-te em adocicados versos de glacê de limão
( que é mesmo brega).
Escrevo hoje.
Despido de técnica e criatividade
Mais repleto de amor.
Amor maduro, de macho, pô!
Amor de quem nem espera reciprocidade.
Amor de quem ama
Amor que reconhece o outro
Que por estar feliz, realiza-me
Como se realmente fosse uma parte de mim a flutuar por aí,
Disfarçada de olhos, cabelos e sorriso diferentes
Mais incorrigivelmente doce
Com o tal glacê esverdeado.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Assovio
De repente a novela perde a graça.
Expostas fragilidades do vilão,
Insossas qualidades do mocinho
Dispostas em azulados matizes de equilíbrio
De tanto trocar-se personagens.
Na verdade,
A sobrancelha continua a mesma;
Arqueada e altiva
Fazendo sombra aos olhos.
E a vociferação permanece em preços similares,
Em ambos cenários da trama.
Acontece que o tempo é fogo.
Quebra as pernas da força das coisas.
São novos tempos, novas artes, novo engenho, meu caro...
Expostas fragilidades do vilão,
Insossas qualidades do mocinho
Dispostas em azulados matizes de equilíbrio
De tanto trocar-se personagens.
Na verdade,
A sobrancelha continua a mesma;
Arqueada e altiva
Fazendo sombra aos olhos.
E a vociferação permanece em preços similares,
Em ambos cenários da trama.
Acontece que o tempo é fogo.
Quebra as pernas da força das coisas.
São novos tempos, novas artes, novo engenho, meu caro...
segunda-feira, 8 de abril de 2013
O Ovo
Faz pouco.
Sentia-me acoado.
Caminhando por caminhos,
Ora pisando em Ovos,
Ora fitando-os.
O que fazer?
Não saberia criar um Ovo
Chocar um Ovo.
Não sabia fazer omeletes.
Às vezes, tropeçava e ia de cara com um.
Sentei.
Não eram tantos.
Não eram iguais.
Cada qual, doce em diferente ternura.
Escolhi um, parecia prematuro,
Acolhi-o entre minhas mãos,
Limpei poeira, acariciei-lhe a face pálida,
E como quem se afugenta, rachou-se
E o tal passarinho voou
Pros lados do meu peito, encantando batimentos.
Sentia-me acoado.
Caminhando por caminhos,
Ora pisando em Ovos,
Ora fitando-os.
O que fazer?
Não saberia criar um Ovo
Chocar um Ovo.
Não sabia fazer omeletes.
Às vezes, tropeçava e ia de cara com um.
Sentei.
Não eram tantos.
Não eram iguais.
Cada qual, doce em diferente ternura.
Escolhi um, parecia prematuro,
Acolhi-o entre minhas mãos,
Limpei poeira, acariciei-lhe a face pálida,
E como quem se afugenta, rachou-se
E o tal passarinho voou
Pros lados do meu peito, encantando batimentos.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Veleiros
Como não te deixar
Se o que resta de paz
Mal a mim afaga,
E inunda meus dias
E sobressalta minha alma
Em nuances de rancor e medo,
Ora em revolta?
Como consentir-te comigo,
Se vejo-te turvo aos meus olhos,
Beijo-te em amargos sabores
E lanço-me ao mar?
Presumo, aqui fico.
Marejados olhos, boca seca,
Coração tênue, embora ríspido,
Mirando os veleiros, que partem tranquilos
Na incerteza
De pela manhã voltar.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Crio-me
Desconheço quem faz morada em minha cabeça.
São tempos de guerra.
Por vezes,
Sinto-me guerrear contra mim.
Meu externo, meu glace,
Não adoça nem externa a loucura
E a poeira dos meus desejos.
Não publica o vazio,
Sequer a multidão de sentidos
Que tenho acesso.
Com o passar,
Desconheço-me, percebo.
Desconhecem-me,
Por tais óbvias razões.
Desejo a tal calma,
Ouvir o som leve de um amor que surge,
Ingênuo e doce,
Como criança de colo.
Ainda sou criança.
Ainda crio-me.
Embalando-me às noites
Boi-da-cara-branca, Cuca, Iara...
São tempos de guerra.
Por vezes,
Sinto-me guerrear contra mim.
Meu externo, meu glace,
Não adoça nem externa a loucura
E a poeira dos meus desejos.
Não publica o vazio,
Sequer a multidão de sentidos
Que tenho acesso.
Com o passar,
Desconheço-me, percebo.
Desconhecem-me,
Por tais óbvias razões.
Desejo a tal calma,
Ouvir o som leve de um amor que surge,
Ingênuo e doce,
Como criança de colo.
Ainda sou criança.
Ainda crio-me.
Embalando-me às noites
Boi-da-cara-branca, Cuca, Iara...
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